quinta-feira, 14 de julho de 2011

Um céu estrelado

Era uma terça-feira, seis e quarenta e cinco da noite, meus pés estavam bastante longe do chão, acho que se eu contasse, meus pés estavam à uns sessenta metros do solo...

Olhei pela janela do predio em que eu estava e tudo que eu vi foram quadros brilhantes no meio de uma escuridão infinita, quadros sem moldura, sem pessoas e nem figuras, tudo que os quadros sabiam fazer era brilhar, olhei então para o enorme corredor que estava ao meu lado e me vi dentro de um daqueles quadros brilhantes, o único quadro que o pintor pincelou era aquele, o quadro em que eu estava...

Vista de frente, a minha pintura era um rapaz solitário esperando um elevador, um elevador que nunca chegava, acho que naquele momento eu percebi o que estava acontecendo, e era exatamente isso: eu estava preso e sozinho sem chances de fugir, tudo que me restava era apreciar a arte daquele pintor desconhecido e naquela vastidão poder me ver em cada uma daquelas janelas, refletir sobre tudo que eu não fiz e que gostaria de fazer...

E sabe o que eu percebi? percebi que o tempo é realmente psicológico, eu tive tanto e tão pouco tempo em um mesmo dado momento, quer dizer, eu tive tempo de me ver, mas não tive tempo de não me ver, tudo que podia pensar era em mim, e não no que eu deveria fazer, egoísmo.

E foi então que o sino tocou, a porta abriu e uma voz disse: "desce", os quadros foram trancados atrás daquela porta e o chão voltou até mim.

Então eu sai do meu sonho, o único sonho que eu posso ter é esse, voar...






"That place in my mind
Is that space that you call mine"




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